Por estes dias não há outra discussão no seio dos professores, senão o assunto das horas extraordinárias.
Aliás, o assunto não é novo, porque já houve greves um pouco pelo país, envolvendo os professores que se acham injustiçados por falta de pagamento, depois de terem trabalhado. Sabe-se que alguns foram pagos e outros não, porque também há muitos fantasmas nesta coisa de horas extras.
Há pouco tempo, o governador Pio Matos, veio ao público colocar um ponto final nesta conversa de horas extras, explicando que não há mais, já era tempo para se parar com este problema.
As opiniões em torno deste assunto são várias. Há quem acredita que há de facto necessidade de ter professores que leccionem o segundo turno, mas também, malta eu assim, não concordo muito com essa narrativa, até porque há muitos professores nas escolas que não têm turmas, mas na mesma, há outros a triplicarem a carga horária.
Não sou professor, mas acompanho de forma pausada e dedicada este assunto, que na verdade, faz com que hajam muitos fantasmas que estão a receber dinheiro e depois dividem com os gestores de escolas.
Isto não é segredo. Muitos professores honestos sabem do que digo. Em muitas escolas existem professores de nome apenas, mas não entram nas salas de aulas, no fim do mês, eles acumulam carga horária, exigindo horas extraordinárias.
A empreitada não só envolve os directores das escolas, mas também os adjuntos e até os chefes das secretarias. Portanto, tem raízes bem profundas, por isso, quando se fala de horas extras, todos tremem.
Na verdade, este assunto precisa coragem para eliminar. Entendo que os professores não receberam bem a mensagem do governador, porque eles não esperavam uma decisão tão radical. E agora, entrou a ONP a tentar se fazer de tão santinha, quando se calhar, ela própria sabia que há muitos dos seus membros que nem sequer pisam na escola, mas exigem sempre horas extras.
É preciso sim acabar com isto. Há professores formados que não têm emprego. Há também, muitos professores nas escolas que não têm horários, mas os outros dobram e redobram os turnos, não se compreendendo como é montado este xadrez.
Se for para organizar a educação, começando pelo fim das horas extras, eu estou disposto, porque sinto que há gente que deveria fazer alguma coisa, mas não faz porque há quem o impede de fazer, para depois dividirem o dinheiro. Meu comentário: chega.