O fenómeno naparamas está cada vez mais a agudizar-se na província da Zambézia. Quase todos andamos em alerta máximo, porque nunca sabemos quando as nossas cidades ou vilas serão atacadas pelos homens que não usam arma, mas matam e queimam.
Todos os dias, há relatos de ataque aqui, ataque acolá, protagonizado por naparamas, os tais bandidos ou malfeitores como as autoridades policiais ousam em chamar. Estão a fazer das suas, como querem e onde querem.
Ora, esta situação, aos olhos de quem sempre vê pequeno, aquele que enxerga até aos seus pés apenas, vai considerando como normal, atribuindo adjectivos só para tapar o sol com a peneira.
Meus irmãos, pessoalmente começo a ficar preocupado com estas acções dos naparamas, visto que eles devem estar a reivindicar alguma coisa, mas há quem não quer ver os sinais.
Hoje são naparamas, uns tais meliantes, bandidos ou sei lá mais quem. É preciso lembrar que no norte, lá onde hoje falamos de insurgência, as coisas começaram assim mesmo. Mas andamos nesta ladainha de que eram uns desocupados, ladrões, etc, hoje, estamos como estamos.
Como Estado, somos todos chamados a começar a olhar este fenómeno com outros olhos. Os serviços secretos do Estado, estes que têm a missão de procurar informação, devem se aplicar ao fundo, deixar de olhar pessoas que têm ideias contrárias como sendo inimigas, mas sim, se preocupar com coisas que colocam em causa a nossa integridade territorial.
Os Naparamas querem alguma coisa. O quê, eu não sei, não me perguntem, porque outrora, esta força era aliada do governo no combate aos guerrilheiros da Renamo, isto, na guerra dos 16 anos, mas já nesta nova temporada, estão contra o mesmo governo.
Há zonas que estão um autêntico califado, não há autoridade, porque quem manda são os Naparamas. Isto não é bom para um país.
Prontos, não sou especialista em matéria de segurança, daí que, antes de cometer gafes, melhor eu parar. Tempo e Paciência. Não Falei Nada